Sob um calor
de mais de 30º Celsius, dezenas de pessoas caminharam neste domingo (24) na
orla de Copacabana, zona sul da capital fluminense, pedindo a renúncia do
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). Com faixas, cartazes e gritos de
ordem, foram até o Leme, recebendo apoio dos banhistas.
O protesto
foi organizado por meio de uma página de relacionamentos na internet, e ocorre
simultaneamente em mais de 30 cidades, incluindo as capitais Brasília, Belém,
Vitória, Florianópolis e Maceió. Em Alagoas, estado que elegeu o político para
o Senado, mais de duas mil pessoas confirmaram presença.
De acordo
com uma das organizadoras do ato no Rio, a assistente social Maria Abreu de
Oliveira, de 40 anos, as pessoas precisam “ir às ruas como no impeachment do
ex-presidente da República Fernando Collor de Mello”, em 1992.
“Não achamos
justa a forma pela qual este senhor assumiu o Senado, é hora de tomar as ruas,
pintar a cara e mostrar nossa indignação”, disse Maria Abreu. “O brasileiro,
por causa da repressão, não tem o costume de ir às ruas, mas é preciso resgatar
o velho jeito de protestar e sair da internet”, completou.
Carregando
faixas com os dizeres Choque de Ordem no Senado, Fora Renan e Chega de
Corrupção, os manifestantes chamaram a atenção de quem passava pela orla.
“Temos uma petição assinada por milhares de pessoas. Isso não pode passar em
branco, é a vontade do povo”, disse a estudante Júlia Marques, de 24 anos.
A moradora
de Copacabana, Juliana dos Santos Silva, de 23 anos, que não sabia do protesto,
se juntou ao grupo. “Este Congresso todo é uma vergonha”, disse ao reforçar o
coro dos manifestantes. Outros pediram para que o senador “faça como o papa
(Bento XVI)” e renuncie ao cargo.
A Guarda
Municipal não estimou o número de participantes. Segundo a organização, eles
somavam cerca de 100 pessoas. Para Fabrício Silva, estudante de 29 anos, o
fechamento das estações do metrô mais próximas a concentração, para obras,
atrapalhou o acesso de muitos manifestantes. A próxima manifestação pela
renúncia do presidente do Senado, segundo ele, será em abril e já foi batizada
como o Dia do Basta, contra a corrupção.
(Agência
Brasil)
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