Ceará Acontece: FORMAÇÃO DE PROFESSOR AINDA LONGE DA REALIDADE DA ESCOLA

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

FORMAÇÃO DE PROFESSOR AINDA LONGE DA REALIDADE DA ESCOLA



A qualidade do que se ensina nas escolas puxa o Índice de Desenvolvimento Humano brasileiro para baixo e coloca o Brasil no fim da lista de países em termos de qualidade de ensino de ciências e de matemática.

As causas disso dividem a opinião de educadores, de gestores e de especialistas. Muitos, no entanto, concordam que um dos gargalos da educação está justamente na formação do professor.

Segundo pesquisa realizada pela Folha de São Paulo com especialistas, o que se ensina nos cursos de pedagogia (que formam quem dá aula para as crianças de seis a dez anos, do ensino fundamental 1), e nas licenciaturas (que graduam os docentes dos jovens de 11 a 17 anos, do fundamental 2 e do ensino médio) está bem longe da realidade encontrada na escola.

Isso porque os estágios ocupam, em média, 10% da carga horária da graduação para formar professores. Em países como os EUA, a relação é oposta: a maioria das disciplinas é prática.

DIPLOMA

Para dar aula no Brasil, é preciso, desde 2009, ser graduado em uma licenciatura. Isso significa que, por aqui, um engenheiro não pode lecionar matemática porque não é licenciado.

Hoje, 24% dos que estão na sala de aula não fizeram curso universitário. Há, inclusive, quem nem tenha concluído o ensino médio (8,4 mil de 2,1 milhões docentes).

A obrigatoriedade do diploma de licenciatura para dar aula fez ainda com que a graduação de pedagogia à distância ganhasse força. O número de cursos remotos de formação de professor aumentou de 6.077 para 273 mil de 2000 a 2010.

Mesmo assim, ainda faltam docentes na sala de aula. O Ministério da Educação calcula que pelo menos 170 mil vagas para professores de matemática, química e biologia estejam sem dono.

Os motivos disso? Aqui também há divergências. Há quem diga que o problema seja o salário. Para alguns, o piso nacional para o professor, estipulado em R$ 1.567, não consegue atrair nem segurar grandes talentos da educação.

Por essas e por outras, quem se forma em matemática no Brasil, por exemplo, acaba preferindo não ir para a sala de aula.

Hoje, o professor brasileiro é, em geral, uma mulher que tem entre 30 e 50 anos que veio de uma família de baixa ou média renda. A maioria (78%) trabalha em uma única escola. Boa parte dos docentes reclama do salário e da condição das escolas, mas não de sua própria formação. Apesar dos problemas, 68% dos pedagogos se sentem bem preparados, de acordo com dados do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes).

Com informações da Folha de São Paulo


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