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Cruz/Agência Brasil -
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Cunha desmentiu o depoimento e disse que
essa foi uma tentativa do Planalto de envolvê-lo na Lava Jato. Desde que foi
eleito presidente da Câmara, em fevereiro deste ano, Cunha se transformou numa
pedra do sapato de Dilma, deixando claro que durante o seu mandato “a Câmara
seria independente”.
A independência foi tamanha que, mesmo
quando fazia parte da base aliada do governo, Cunha se tornou um dos representantes
dos parlamentares insatisfeitos com Dilma. Veja outros cinco momentos em que
Cunha agiu como oposição mesmo antes de ter anunciado tal intenção
oficialmente:
1 – Ao discursar antes da posse
A candidatura de Cunha à presidência da
Casa foi marcada por um embate com o governo federal, que queria no cargo o
petista Arlindo Chinaglia. Em discurso antes da votação, Cunha ditou o tom que
marcaria a relação com o Palácio do Planalto nos próximos meses.
“É bom para o parlamento e para a
sociedade que esse poder seja distribuído”, disse Cunha. "Ter a
independência da Casa, muito mais do que palavra, é questão de atitude. Ninguém
vai ver eu me curvar a qualquer coisa que não seja a vontade da maioria dessa
Casa".
2 – Ao brigar com Ciro Gomes em pleno plenário
Em março, o ex-ministro da educação Cid
Gomes foi convocado pela Câmara para dar explicações sobre uma declaração dada
durante uma reunião em uma universidade. Na ocasião, Gomes afirmou que a Casa
tinha de 300 a 400 parlamentares que “achacam”.
No plenário, Gomes subiu o tom e fez um
apelo aos deputados "oportunistas" - que detêm cargos na
administração federal, mas não dão apoio ao governo no Congresso - para que
"larguem o osso, saiam do governo".
Logo após o depoimento, Cunha e o PMDB
ameaçaram deixar o governo caso Gomes não fosse demitido. A demissão – que
partiu de Cid Gomes – foi anunciada por Cunha antes mesmo de ter sido
oficializada.
3 – Ao aprovar a PEC da Bengala
Outro tema de embate entre e Cunha e o
governo foi a aprovação da proposta que eleva de 70 para 75 anos a
aposentadoria compulsória de ministros de tribunais superiores e do Tribunal de
Contas da União (TCU).
A chamada PEC da Bengala fez com que
Dilma perdesse poder de indicações de novos ministros até o final de seu
mandato.
4 – Ao defender a PEC da Maioridade Penal
A redução da maioridade penal foi um dos
temas que dividiram o governo e o líder da Câmara. Pelo menos na Casa, quem
venceu o embate foi Cunha que usou a manobra apelidada como “pedalada regimental” para aprovar, em
primeira votação, a proposta de redução da maioridade penal de 18 para 16
anos.
Dilma, que assumiu publicamente posição
contrária à proposta de redução, se mobilizou logo após a aprovação para que o
tema seja debatido antes de ser votado no Senado – o que deve acontecer nos
próximos meses.
5 – Ao prometer retaliação
Cunha resolveu se defender com ataques ao
governo depois de saber que seu nome aparecia na lista de políticos suspeitos
de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, feita pelo
Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e enviada ao Supremo Tribunal
Federal (STF).
No
começo desta semana, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, Cunha
prometeu retaliações e avisou a Michel Temer (PMDB), vice-presidente da
República, sobre a abertura de CPIs que poderiam prejudicar ainda mais a imagem
de Dilma, como a dos fundos de pensão e a do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico (BNDES).
Outra promessa de Cunha é a pressão para
que os ministros Aloísio Mercadante e Edinho Silva sejam convocados para depor
na CPI da Petrobras.
Agência
Brasil
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