Ceará Acontece: BONS TEMPOS EM QUE AS ELEIÇÕES EMPOLGAVAM O ELEITOR, MAS TODO CUIDADO É POUCO

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

BONS TEMPOS EM QUE AS ELEIÇÕES EMPOLGAVAM O ELEITOR, MAS TODO CUIDADO É POUCO

Estão chegando as eleições, faltam poucos dias. Está chegando o momento de elegermos aqueles que irão nos “representar” por um período de 4 anos. Confesso que já estive mais empolgado; que ficava mais ansioso com as proximidades desse pleito. Já fui de acompanhar horário de propaganda política gratuita no rádio e televisão, de buscar informações nos jornais, internet e noticiários televisivos. Sempre buscava me preencher o máximo possível de informações sobre os candidatos, porém, por que será que, apesar de todo esse cuidado, aqueles candidatos que sempre votei, quando se elegeram, quase nunca corresponderam às minhas expectativas? Com aquilo que eu imaginava e esperava… Ou será que eu próprio fantasiava demais?

Acredito que com tantas outras pessoas ocorrera a mesma coisa, aquela sensação de voto perdido. Isso, essa incerteza fez com que hoje, pra ser mais preciso esse ano, já não tenho tanto interesse assim em saber destilar quais candidatos merecem meus votos. Sinto o desânimo querendo se chegar junto à mim. Sei que não deveria ser dessa maneira, sei que todos devemos ter consciência daquilo que queremos e buscarmos sempre o que sentimos que seja o melhor . Todos devemos ir em busca de informações conclusivas e corretas, a verdade oculta de cada candidato. Não se deixem levar pelas promessas, pelos bem conduzidos e elaborados horário político e discurso de palanques. Aquele espaço não condiz em nada com a verdade de cada candidato. Ali, todo mundo fala o que for preciso para lhe cativar. Quer lhe convencer que é o mais perfeito e preparado para sanar com todos os problemas.

Busquem a verdade fora daquele espaço, procurem saber de algo concreto que os candidatos já fizeram, o que prometeram e não cumpriram, daqueles que só aparecem em época de eleição. Vasculhem o passado de cada um, seja ele político ou que pretenda ser. Não pensem que alguém vai utilizar aquele discurso no palanque e o precioso tempo horário político para ser humilde e sincero com aquilo que poderá, de fato, realizar e expor o que será impossível cumprir. Não. Ali todos têm sempre uma solução mágica para tudo. É incrível! Mas, alguém já parou para pensar no seguinte: se todos os candidatos, digo todos mesmo, cumprissem com aquilo que prometem, nosso país, em todas as esferas de governo, estaria na situação que hoje se encontra? São todos, de todos os partidos.

Há quanto tempo retomamos a Democracia, o direito de votar, de elegermos os nossos representantes? Faz muito tempo e de lá pra cá, quantos já não assumiram os diversos governos, em todas as esferas e sempre prometendo fórmulas mágicas para erradicar com os diversos problemas que martirizam a honra da sociedade; que nos humilham e nos fazem penar, dependendo cada vez mais deles, na esperança de que algum dia poderemos dizer: agora sim, acertamos!

De tudo o que se prometeu, durante todo esse tempo, se a metade tivesse sido cumprida, com certeza estaríamos em um outro patamar de vida, pois as promessas de hoje são as mesmas de ontem, da última eleição, da penúltima… Giram em um círculo com os mesmos problemas que há anos nos perseguem! Mas dessa maneira, se isso tivesse realmente acontecido, eles não teriam mais o que prometer e assim perderiam o controle sobre nós, não usariam das nossas mais precárias necessidades para se manter ou alcançar o poder e assim perpetuarem-se nele!

E isso, essa libertação de consciência e de necessidades, tenho certeza, não faz parte dos planos deles, os políticos! Pensem bem! Não sejam do tipo daqueles que falam: meu voto é voto de protesto. É um absurdo alguém pensar assim! O que será um voto de protesto? Será que é eleger um hipócrita qualquer? Voto de protesto é o voto correto. E o que dizer daqueles que votam nos candidatos que são “simpáticos”, que sempre falam com você, cumprimentam lhe com apertos de mão… (Isso toda eleição). Também não votem em qualquer um, achando que todos os políticos são iguais. Isso é outro erro cometido! Já diz um antigo provérbio: nem os dedos da mesma mão são iguais. Há vários tipos de políticos: os que prometem de tudo, mas que sabem que não irão fazer nada, só querem os privilégios do cargo, só querem enganar mesmo; há os que prometem e têm até a intenção de fazer, mas vão sempre deixando pra depois, pra amanhã, pra próxima eleição, quem sabe…; têm os que prometem, fazem uma parte e deixam o restante para uma próxima oportunidade e alegam que não deu tempo fazer tudo; há os que prometem, mas não fazem porque não têm como fazer aquilo que prometeu, por vários motivos e têm até aqueles que fazem aquilo que nunca prometeram e nos surpreendem!

Tem de todo tipo, garimpem bem, lá no fundo das águas turvas da política. No meu caso, só não espero mais o político perfeito, pois a perfeição é uma eterna busca. E quando eu falei que esse ano está meio complicado é porque não temos outras opções. Sei que com os políticos que estão aí, nada mudará ou se mudar não será o suficiente, mas que pelo menos seja aquele mínimo que desejamos e merecemos. Apesar de tudo isso, de todas essas adversidades que a política traz enraizada nela, ainda sim, vencerei o desânimo que quer se apoderar de mim e mais uma vez vou votar em quem eu sentir que seja o menos nocivo, naquela pessoa que não prometa o céu, apenas um chão firme onde possamos caminhar e manter viva a esperança de que um dia esse círculo será quebrado.

Espero que a população, as pessoas, um dia tomem consciência de que as nossas fragilidades, nossas necessidades e precariedades mantêm vivos certos políticos que se nutrem da miséria do povo. Eles estão aí novamente, os mesmos sorrisos, as mesmas caras mascaradas com novos personagens, os mesmos discursos, as velhas charadas, as mesmas promessas, as velhas falácias… Quase tudo igual como há quase 60 anos, quando nós martinopolenses adquirimos o direito de votar e pouco mudou, pouco mudará… Será?  Só não sei até quando o povo vai aceitar, vai acreditar, vai esperar uma mudança sem ele próprio mudar. Até quando?
De um eleitor sem grandes perspectivas.

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