“Eu acho que o que importa é cada pessoa, o perfil de cada um”, diz Márcia da Cunha Silva, tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do DF |
Há 25 anos no Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, a tenente-coronel Márcia Amarílio da Cunha Silva, 44 anos, foi a primeira mulher a ser anunciada pela equipe de transição do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). O nome da especialista em segurança pública do DF foi confirmado na tarde desta terça-feira (6/11), após repercussão negativa, já que os primeiros 27 indicados do grupo eram todos homens.
Mesmo assim, a tenente-coronel
acha irrelevante essa discussão entre a participação ou não de mulheres no
próximo governo. Atualmente no comando do Centro de Ensino de Altos Estudos
Oficiais do CBMDF, ela concorda, em entrevista exclusiva ao Metrópoles, com o
discurso de Jair Bolsonaro de que é preciso apenas “gente competente,
independente do sexo”.
“Eu acho que tem que ter sim
essa relação de competência. Existem mulheres e homens que podem estar ocupando
cargos no governo. Eu não sou contra nem a favor de ter uma cota para mulheres
na política, eu sou neutra nesse aspecto. Eu só acho que tem de ter gente
trabalhando pelo bem do Brasil”, afirmou Márcia Amarílio da Cunha Silva.
Nesta quarta-feira (7), o
presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), manifestou-se através do seu perfil
pessoal no Twitter sobre o assunto. “Não estou preocupado com a cor, sexo ou
sexualidade de quem está na minha equipe, mas com a missão de fazer o Brasil
crescer, combater o crime organizado e a corrupção, dentre outras urgências”,
justificou o deputado federal.
Críticas
Após críticas por parte das
mulheres brasileiras, além da tenente-coronel do CBMDF, Bolsonaro indicou
outras duas mulheres para a equipe de transição. Nesta quarta, a deputada
Teresa Cristina (DEM) foi confirmada como ministra da Agricultura. Já Márcia
Amarílio da Cunha Silva acredita que também irá trabalhar quando o mandato do
presidente eleito começar, em janeiro de 2019.
Eu fiquei feliz pelo convite e
qualquer pessoa ficaria satisfeita com esse reconhecimento do trabalho, sendo
homem ou mulher. As coisas vão acontecendo naturalmente, eu acho que o que
importa é cada pessoa, o perfil de cada um. Tem situações em que a mulher tem
um perfil melhor que o homem, já em outras áreas o homem é melhor que a mulher.
Quanto mais misturado o governo tiver, independente do gênero, é
bem-vindo" tenente-coronel Márcia Amarílio da Cunha Silva
Ainda sobre as outras mulheres
que podem ocupar os demais ministérios, Bolsonaro disse estar estudando os
nomes. “Temos cinco definidos. É o caso de tirar um desses e colocar uma mulher
no lugar só por que é mulher? Não sei. Há 10 ou 12 vagas em aberto, com toda
certeza, vai ter mais [mulher]”, afirmou o presidente eleito.
Quem é a tenente-coronel do DF
Márcia Amarílio da Cunha Silva
conta que há cerca de um ano está na equipe que apoia e ajudou a eleger Jair
Bolsonaro. “Eu venho trabalhando com os generais, a convite do general Heleno –
futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional. “Eles [os generais]
estão estudando o que eu farei, por enquanto estou colaborando na área de
educação”, contou.
Essa não é a primeira vez que a
militar trabalha com política. Márcia Silva foi chefe da assessoria parlamentar
do Corpo de Bombeiros durante sete anos e ainda atuou no Congresso Nacional por
outros 15. Nos próximos dias, ela terá o nome publicado no Diário Oficial da
União e, então, deixará de trabalhar com os colegas bombeiros e passará a
receber salário via Palácio do Planalto.
Fonte: Metrópoles
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