A doença é erroneamente
conhecida como "virose da mosca" apesar do inseto não transmitir o
vírus-Foto: Saulo Roberto
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Os surtos de Doença Diarreica
Aguda (DDA) — popular e erroneamente conhecida como “doença da mosca” são
típicos do começo de cada ano, por conta da pré-estação das chuvas. O Ceará já
registrou 4971 casos, entre 30/12/2018 e 05/01/2019, de acordo com a primeira
planilha de doenças notificação compulsória, divulgada pela Secretaria de Saúde
do Estado (Sesa).
Sobral é o município que lidera
a estatística, notificando 302 casos. Fortaleza ainda não registrou nenhum
caso. A DDA é conhecida por “doença da mosca”, mas o médico Rui de Gouveia
explica que a transmissão do vírus causador da doença não é feita através do
inseto.
Ele acredita que a virose
ganhou este “apelido” devido à época mais chuvosa do ano, onde aumenta a
proliferação de moscas. “O que se nota, nesse período chuvoso, é que em alguns
locais, você percebe o aumento da proliferação de moscas. E isso pode ter
correlação com questões de higiene, cuidados com alimentos. Mas não existe
diretamente transmissão do vírus pela mosca”, completa Gouveia.
Rui, que é coordenador da
Atenção Primária à Saúde de Fortaleza, também comenta a correlação entre o
período chuvoso e o aumento da transmissão. “Nesse período chuvoso, se tem um
maior número de pessoas em aglomerações em ambientes fechados, que têm aumento
do contato. E consequentemente, com o aumento do contato, aumenta a
possibilidade de transmissão de vírus”.
Entre os principais locais de
aglomeração, o especialista cita shoppings e festas de pré-carnaval. Ele também
alerta que a principal forma de transmissão da doença é através de contato
interpessoal, seja direto ou indireto.
Limpeza e tratamento
Higiene é a principal arma de
combate contra o aumento da DDA. “Lavagem das mãos, lavagem dos alimentos,
cuidado no preparo etc. Tudo isso é fundamental para que se evite a transmissão
com maior intensidade”, complementa Rui de Gouveia.
Em relação ao tratamento da
doença, o coordenador explica que o método serve como “reforço” aos mecanismos
de defesa presentes no próprio organismo. “A pessoa precisa se manter bem
hidratada, porque naquele momento, ela está perdendo muitos líquidos. É
interessante utilizar os sais de reidratação oral, que são distribuídos nos
postos de saúde”, destaca.
Em relação aos sais de
reidratação, ele explica a utilização do medicamento. “Quando você coloca os
sais na água, ela vai ser mais facilmente absorvida pelo intestino, mesmo que
esteja lesionado pelo vírus. Por isso os sais são importantes. Porque como o
intestino foi agredido pelo vírus, ele não consegue absorver naturalmente a
água que você bebe”. Analgésicos e anitermicos são aconselhados apenas em caso
de dor no corpo e/ou febre.
*Dn
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