Entre os pontos polêmicos da proposta os precatórios entre 66 mil reais e 66 milhões de reais terão uma regra transitória até 2029 |
O Governo Federal apresentou a
Câmara dos Deputados a PEC 23/21, que traz mudanças significativas sobre a
forma de pagamento dos precatórios. Nesta segunda (08), o presidente da Câmara
dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), informou em entrevista a imprensa que a
votação acontece amanhã (09), no Plenário. Na semana passada, o texto-base foi
aprovado com 312 votos entre 456 presentes. São necessários 308 para a aprovação.
Essa proposta de emenda à
Constituição Federal nada mais é que uma alteração nas regras para pagamento de
precatórios feitos pela Fazenda Pública, atingindo pessoas que possuem créditos
decorrentes das ações judiciais, como por exemplo, os servidores públicos de
todas as esferas. Um grande absurdo para quem aguarda o pagamento dessas
dívidas há anos.
Hoje em dia ter um precatório
significa ter um crédito, seja ela um ente Federal, Estadual ou Municipal,
formado através de ação judicial que não caiba mais recurso, que devem ser
pagos pelo governo. A PEC 23 tem a “justificativa” de evitar um colapso
financeiro e da máquina pública. O governo propõe novas regras que prejudicam,
cada vez mais, os credores de precatórios gerando desconfianças e incertezas.
Entre os pontos polêmicos da
proposta os precatórios entre 66 mil reais e 66 milhões de reais terão uma
regra transitória até 2029. Será reservado 2,6% da Receita Corrente líquida
para pagamento. Contudo, a regra vai depender do orçamento de cada ano e cada ente
federativo. Assim, ultrapassando esse percentual, a regra será 15% sobre o
valor do precatório inscrito e mais 9 parcelas anuais. Será uma grande
incerteza o pagamento real.
Outro ponto de grande debate é o
Índice de correção, que será a Selic como taxa de correção e não mais pelo
IPCA-E, gerando mais juros de poupança, portanto, os credores vão receber
menos. Já o encontro de contas: em caso
de o credor de precatório possuir uma dívida com o estado ou município (por
exemplo, cobrança de IPTU), o valor do seu crédito será depositado na ação de
cobrança e não a sua ação judicial que gerou o precatório, ficando à disposição
do juízo.
Em resumo, a PEC 23 que pode ser
votada amanhã nada mais é que uma grande mentira financeira aos credores, pois
não respeita o que foi já foi julgado, à segurança jurídica e à
responsabilidade fiscal.
Nós que fazemos parte da
Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam)
convocamos todos os trabalhadores (as) para a resistência contra a PEC 23, pressionando
os deputados federais a não aceitarem a proposta. É um total desrespeito ao
Brasil!
(Fetamce)
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