Trabalhadores cobraram por
medidas para regularização dos salários na sede da Cagece, em ato nessa
quinta-feira, 10(foto: Divulgação/Seeacon-CE) |
Trabalhadores terceirizados da
Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) estão tendo problemas com atraso
de salários desde o fim de 2020, conforme denuncia o Sindicato dos Empregos em
Empresas de Asseio e Conservação, Locação e Administração de Imóveis
Comerciais, Condomínios e Limpeza Pública do Estado do Ceará (Seeacon-CE).
O diretor-tesoureiro da entidade,
Josenias Gomes, diz que em alguns meses o pagamento chegou a atrasar 20 dias
para os trabalhadores de algumas cidades. No caso de Fortaleza, os
profissionais já tiveram que lidar com atraso do pagamento de cerca de 15 dias.
Ele aponta ainda que a empresa demite funcionários e não paga a rescisão.
Trabalhadores se manifestaram contra a situação em Sobral, Tianguá e Fortaleza,
nessa quinta-feira, 10.
“Os funcionários ficam com as
mãos atadas no fim do mês. Eles acabam pagando juros em relação aos gastos que
tiveram no mês anterior, precisam continuar colocando combustível nos seus
veículos para trabalhar”, enfatiza Josenias, ressaltando que o sindicato não
consegue um retorno da empresa sobre os motivos dos atrasos recorrentes.
Em relação à Cagece, o
representante do sindicato diz que não vê medidas concretas sendo tomadas
contra a empresa. “O posicionamento é sempre dizer que está tratando da
situação, que vai punir. Mas concretamente não vemos a empresa receber nenhuma
punição”, diz. A Cagece, conforme o sindicato, estaria repassando a verba para
pagamento dos trabalhadores de forma antecipada, mas o salário segue caindo com
atraso.
“Todo o mês é a mesma situação.
Em fevereiro, nós precisamos paralisar funcionários de Quixadá e Fortaleza para
que o pagamento fosse realizado. Fica essa insegurança de como será o próximo
mês”, lamenta. A ideia da entidade, que deve ser discutida em audiência com o
Ministério Público conforme Josenias, é que o pagamento seja feito pela Cagece
diretamente para a conta dos trabalhadores.
O Seeacon-CE disse, em nota,
que continuará acompanhando o caso detalhadamente e tomará medidas judiciais
cabíveis em prol de uma solução para os trabalhadores e trabalhadoras. Segundo
Josenias, o sindicato está coletando provas para ingressar com uma ação
judicial contra a empresa terceirizada e a Cagece.
Por meio de nota, Karran Ávila,
advogado da empresa Somos Capital Humano, responsável pelo pagamento dos
funcionários, disse que somente parte dos funcionários que prestam serviços à
Cagece tiveram salários atrasados por questões burocráticas, que já foram
sanadas e não ocorrerão novamente. Ele negou que o atraso do
pagamento tenha sido superior a três dias e garantiu que todos os salários e
outros benefícios trabalhistas já estão integralmente quitados.
"A empresa se coloca à
disposição de todos os colaboradores para eventuais dúvidas e esclarecimentos
que se façam necessários, estando sempre à disposição através de seus canais de
atendimento, inclusive de nosso aplicativo próprio 'Grupo Somos'", disse a
empresa em nota.
Em nota, a Cagece informou que
está regularizada a situação do salário dos colaboradores terceirizados
contratados pela empresa Somos Capital Humano. A Companhia disse também que
"notificou a prestadora de serviços pelo atraso e que o setor jurídico da
empresa segue acompanhando a atuação das empresas prestadoras de serviço para a
Cagece".
(O POVO)
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