Destituição do senador da
presidência da sigla causou revolta em aliados- Imagem: captura de tela |
Depois de uma reunião do Diretório
Estadual do PDT Ceará que terminou em briga, o deputado federal André
Figueiredo destituiu o senador Cid Gomes do comando do partido e voltou ao
cargo de presidente estadual da sigla, acumulando também a posição de
presidente nacional. Apenas algumas horas depois, Cid anunciou, após encontros
com aliados na tarde dessa segunda-feira (2), que convocará reunião do
Diretório Estadual para eleger uma nova direção para o partido no Ceará, ainda
sem data definida.
O senador publicou um vídeo em
uma rede social ao lado de vários pedetistas reafirmando a posição do grupo.
“Tenho a firme convicção de que há um sentimento amplamente majoritário no
partido que se faz representar aqui”, disse.
Cid não aceitou o argumento de André que ele teria quebrado acordos feitos ao assumir a sigla em em julho deste ano.
“Fui surpreendido ,sem nenhum
aviso, sem comunicação, de que ele retornava à presidência e alegava que três
compromissos de minha parte que não teriam sido cumpridos. Isso não é verdade,
não procede essa informação. Eu assumi um único compromisso que ele
permaneceria, na eleição do diretório, com a nova Executivo com meu apoio”,
disse Gomes.
Na última sexta-feira (29), os
membros do Diretório no Ceará fizeram uma reunião a portas fechadas, terminando
em briga, com o grupo alinhado a André Figueiredo e Roberto Cláudio se
retirando do local. As discussões teriam começado quando Cid pautou a decisão
de o PDT apoiar ou não o governo de Elmano de Freitas (PT).
O assunto causou um tumulto e o
presidente nacional da sigla, André Figueiredo, então licenciado da Presidência
estadual, pediu que o assunto fosse retirado da pauta. Atualmente, o PDT adota
uma postura oficial de independência em relação ao Governo do Estado.
Porém, a bancada da legenda na
Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) é composta, na maioria, por membros da
base. Tanto é que o líder do governo no parlamento estadual, o deputado Romeu
Aldigueri, é um pedetista.
Cid lidera esse grupo que é
favorável ao apoio formal ao governo e, portanto, a uma aproximação com o PT.
André Figueiredo é contra, alinhando-se como grupo do ex-prefeito de Fortaleza,
Roberto Cláudio, que preside o partido em Fortaleza.
Em julho, André e Cid haviam
feito um acordo após dura batalha pela Presidência do PDT no Ceará. Como pano
de fundo das dissidências, o apoio ou não ao governador Elmano de Freitas e o
nome que vai disputar a Prefeitura de Fortaleza em 2024.
Em nota enviada à imprensa, André
disse que a decisão de destituir Cid foi devido a, segundo ele, “tentativas sem
sucesso de restabelecer a união partidária”. Muitos pedetistas se pronunciaram
sobre o caso, que é mais um capítulo da saga da divisão no partido.
“Liderança máxima do PDT no
Estado, responsável por todo o sucesso de formação de novos líderes e pela
referência nacional e internacional da educação cearense que surpreendeu todo o
Brasil, o senador Cid Gomes foi retirado do lugar onde tentava construir o
diálogo, a unificação partidária, apaziguar ânimos e fazer avançar o projeto”,
disse o deputado estadual e líder do governo na Alece, Romeu Aldigueri.
O prefeito de Fortaleza, José
Sarto, também comentou o momento que o partido vive. “Quando há divergência no
que concerne ao projeto, aí eu acho que as pessoas devem se readequar e
procurar a melhor trajetória que eles assim desejam”.
Coletiva
* (O ESTADO)
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