Ceará Acontece: CGU DETECTA FALHAS NA EXECUÇÃO DE PROGRAMAS FEDERAIS POR PREFEITURAS

terça-feira, 17 de novembro de 2015

CGU DETECTA FALHAS NA EXECUÇÃO DE PROGRAMAS FEDERAIS POR PREFEITURAS




Uma fiscalização da Controladoria-Geral da União (CGU), realizada durante o ano de 2015, em 60 cidades do Brasil, com até 100 mil habitantes, detectou irregularidades na aplicação de recursos federais por parte das prefeituras. No Ceará, quatro municípios tiveram suas contas analisadas: Ararendá, Chaval, Itapajé e Martinópole. Entre os principais problemas encontrados, estão: concessão irregular do Bolsa Família, problemas na estrutura de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e falhas na aplicação de recursos da Educação.

O Programa de Fiscalização por Sorteios Públicos busca conferir maior transparência e visibilidade à gestão governamental, a fim de assegurar a correta aplicação do dinheiro público, em benefício da sociedade, de modo a inibir e combater a corrução e fomentar o controle social.

Irregularidades

A análise das fiscalizações demonstrou que, do total de constatações feitas nos municípios, cerca de 20% são falhas graves e cerca de 80% são falhas médias ou formais. Isso não quer dizer que em todos esses municípios haja corrupção, pois em muitos casos o problema é causado por desinformação e despreparo do gestor público, e não por má-fé ou dolo.
Após a identificação das impropriedades, as prefeituras puderam apresentar sua manifestação, que foi analisada pela CGU e incorporada a cada relatório. Entre as principais irregularidades encontradas, por área de governo, destacam-se: 

·         Educação: desvio de finalidade dos gastos em relação aos objetivos dos programas de Governo; pagamentos efetuados com preços acima da média de mercado; utilização de veículos inadequados para o transporte de alunos; e atuação deficiente dos conselhos de controle social.

·          Saúde: falta de atendimento pelas Unidades Básicas; equipes de Saúde da Família incompletas; falta de material e equipamentos necessários; e desvio de finalidade na utilização de recursos do Piso de Atenção Básica.

·         Desenvolvimento Social e Combate à Fome: identificação de famílias, inclusive de servidores municipais, com renda per capita superior à permitida pela legislação para a permanência no programa Bolsa Família; falha na construção de cisternas para armazenamento de água; e inexistência de Plano Municipal de Assistência Social.
 
·         Esportes: obras de estádios com qualidade insatisfatória; empreendimentos com restrição de acesso pela população, em decorrência do local da instalação; atuação deficiente da Caixa Econômica Federal na gestão e acompanhamento da execução de contratos de repasses.
 
·         Turismo: obras não iniciadas, paralisadas ou em estado de abandono; formalização de ajuste a partir de projeto de engenharia deficiente; obras concluídas, mas com alteração da destinação de parte do empreendimento, desvirtuando o escopo inicialmente planejado.
 
·          Agricultura, Pecuária e Abastecimento: falhas nos contratos de repasse (documentação, processo licitatório e execução do objeto); e cadastros indevidos no Registro Geral da Atividade Pesqueira.

·           Desenvolvimento Agrário: superfaturamento em obras realizadas para recuperação de estradas; ausência de capacidade técnica para operação de maquinário.

·         Integração Nacional: Morosidade na análise das prestações de contas pelo Ministério; execução de obras em desconformidade com as especificações necessárias à boa compactação do solo; realização de projetos-padrão que não se adequam à realidade local; e fornecimento, pelo DNOCS, de documentação insuficiente para análise adequada por parte da equipe de auditoria.

·         Cidades: deficiência nas casas; revestimento asfáltico deteriorado há menos de três meses de sua execução; superfaturamento por sobrepreço; atraso no cronograma físico-financeiro do contrato.

 Encaminhamentos

Os relatórios contendo os resultados das fiscalizações estão publicados no site da CGU, após terem sido devidamente encaminhados aos Ministérios gestores das políticas públicas, para conhecimento e adoção gradual de medidas de aprimoramento, bem como saneamento de problemas detectados pela Controladoria. Ao todo são 1.163 recomendações, entre as quais 47 pedidos de apuração de responsabilidade de servidores federais; e 154 indicações para reposição de valores ao erário, em razão de potencial prejuízo da ordem de R$ 13 milhões.

Martinópole

Durante os trabalhos de fiscalização realizados no Município de Martinópole/CE, no âmbito do 40º Sorteio de Municípios, constataram-se diversas falhas relativas à aplicação dos recursos federais examinados, demonstradas por Ministério e Programa de Governo. Dentre estas, destacam-se, a seguir, as de maior relevância quanto aos impactos sobre a efetividade dos Programas/Ações executados na esfera local.

No que se refere à área de Educação, verificaram-se falhas e impropriedades nos seguintes Programas de Governo examinados: Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar – PNATE, além do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação –Fundeb.

No que se relaciona à área de Desenvolvimento Social, constatou-se, quando da verificação da execução do Programa Bolsa Família, a existência de famílias recebendo os benefícios do Programa de forma indevida (presença de servidores municipais com renda per capita superior ao limite estabelecido pelo Programa).

No tocante à área de Saúde, verificaram-se falhas e impropriedades que comprometeram o atingimento das finalidades dos Programas de Governo objeto dos exames, quais sejam: desvios de finalidade na aplicação de recursos destinados à Atenção Básica; não comprovação documental dos gastos com recursos do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF); e irregularidades/impropriedades em processo licitatório com recursos da atenção básica.

Apesar de esta análise estar segmentada por área ministerial, não se deve perder de vista aqueles aspectos que, em razão de sua transversalidade, caracterizam mais fortemente as deficiências da Gestão Municipal, sendo, pois, aqueles que, se corrigidos, tendem a proporcionar melhorias relevantes.


Fonte: CGU
Via Blog Acontece


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