O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, fala com a imprensa – Antonio Cruz/ Arquivo Agência Brasil |
O presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse hoje (18) que é viável aprovar a
reforma da Previdência na Casa ainda no primeiro semestre deste ano. Segundo
ele, os defensores da reforma precisam convencer os 320 deputados sobre a
importância das mudanças nas regras previdenciárias.
“Não temos 320 deputados que
foram eleitos com a agenda da reforma da Previdência. Temos que mostrar aos 320
a importância da reforma. Nós, que defendemos a urgência e a decisiva reforma
da Previdência, precisamos mostrar a 250, 280 deputados que não foram eleitos
com essa agenda, que, para que o Brasil volte a investir, a gente precisa da
reforma da Previdência”, disse Maia.
Maia nega que tenha havido
perda de apoio da reforma na Câmara, mas não quis revelar com quantos votos
favoráveis a medida pode contar. “Eu não gosto de falar de números. O que eu
acho é que com uma boa articulação política, um bom diálogo do Poder Executivo
com o Legislativo, e isso o ministro [da Economia] Paulo Guedes tem feito muito
bem, a gente tem hoje um ambiente muito melhor do que a gente teve no passado,
para aprovar uma reforma da Previdência”, disse aos jornalistas após evento na Fundação
Getulio Vargas (FGV).
Durante discurso no evento,
Maia disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, precisa se aproximar mais
da política. “Eu digo sempre ao ministro Paulo Guedes, que tem aprendido rápido
a fazer política, mas que ainda precisa se aproximar mais da política:
‘ministro, infelizmente, não temos 320 liberais no parlamento brasileiro. É uma
construção, mostrando aos parlamentares que não têm a agenda de reforma de que
essa agenda da Previdência vai gerar condições para que o Estado brasileiro
volte a ter condições de investir na melhoria da qualidade de vida das
pessoas”, disse.
Confiança
Após almoço com o presidente
Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, fala com a
imprensa
Maia se mostrou confiante na
aprovação da reforma e disse que, mesmo que não haja apoio de parlamentares
agora, esse quadro mudará quando começar um diálogo com as bancadas dos
partidos. “Política é diálogo, conversa, paciência e equilíbrio.”
“Quando há boa vontade dos
presidentes da República, do Congresso e do Supremo, a gente só não aprova uma
boa reforma da Previdência, se a gente errar muito. E acho que a gente não vai
errar. Todos nós temos muita experiência.”
Segundo Maia, é importante que
não haja discussões que prejudiquem a reforma da Previdência, como as mudanças
de regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a colocação em pauta da
desvinculação das receitas orçamentárias. Segundo ele, se o BPC não tiver
nenhum impacto fiscal relevante, o ideal é que não se discuta a questão.
Sobre a desvinculação, o receio
é que a discussão possa criar problemas com as bancadas da saúde e da educação.
“Ela gera algumas polêmicas no curto prazo que podem atrapalhar, mas se for a
decisão do governo e do Senado debater a desvinculação, nós vamos debater. Ela
vai mobilizar as bancadas de saúde e educação contra. Você vai trazer duas
bancadas para negociar esse tema junto com a reforma da Previdência”.
Maia também disse ser
importante que os militares participem da reforma. “Os militares sabem fazer
conta. Ou eles ajudam, como têm ajudado a fazer a reforma também das Forças
Armadas, ou eles vão ficar também sem receber salário.”
Rodrigo Maia falou com a
imprensa depois de um evento sobre reforma da Previdência, promovido hoje (18)
pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O vice-presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Luiz Fux, que também participou do evento, disse que o STF não quer
ter um protagonismo desnecessário nas discussões da reformas.
COM AGÊNCIA BRASIL
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