Deputado Luis Miranda conversou
com golpista para tentar colher informações que ajudem na investigação da
invasão hacker (Foto: Sérgio Lima/Poder360 - 1º.jul.2021) |
O deputado Luís Miranda (DEM-DF)
enganou hackers que invadiram o celular do seu colega de partido na Câmara,
Rodrigo Maia (RJ). Miranda pediu aos criminosos que fizessem um depósito na sua
conta. O valor seria usado para pagar uma taxa e viabilizaria a transferência
solicitada por eles. Assim que o dinheiro foi depositado, o congressista ainda
enviou uma provocação por áudio aos hackers: “Bandido, comigo não“.
Na última 6ª feira (30.jul.2021),
pelo Twitter, Maia informou que o chip do seu celular havia sido invadido e que
os seus contatos estavam sendo abordados pelo Telegram. Miranda foi uma das
pessoas abordadas.
Segundo a Folha de S.Paulo, os
cibercriminosos enviaram uma mensagem a Miranda pedindo, em nome de Maia, que
ele fizesse uma transferência no valor de R$ 20.000. Ele notou que se tratava
de um golpe e tentou enganar os criminosos. Miranda disse que o banco precisava
de R$ 50 para realizar a transferência. E que o valor só poderia ser
transferido na 2ª feira (2.ago), por conta dessa taxa.
Os hackers, então, se
disponibilizaram a fazer um depósito de R$ 50, esperando receber os R$ 20.000
dias depois. Assim que o valor entrou na sua conta, Miranda enviou a provocação
aos criminosos.
Ao jornal, o deputado contou que
continuou conversando com o golpista, pegou todas as informações possíveis e
deu a Maia, que deve entregá-las à polícia.
“Sou muito tranquilo e frio. O
cara pediu R$ 20.000, fui levando ele, dizendo que por causa dos R$ 50 não
conseguiria, só na 2ª. Estava tentando me livrar dele, aí ele pressionou e
mandei depositar. Aí ele depositou“, explicou.
ATAQUE HACKER
Celulares de Congressistas,
membros do governo, ministros e procuradores já foram invadidos algumas vezes
por ataques hackers. Em um dos casos mais emblemáticos, que aconteceu em 2019,
criminosos atacaram os equipamentos de diversas autoridades, como o do
presidente Jair Bolsonaro, do então ministro Sergio Moro (Justiça), do ministro
Paulo Guedes (Economia), do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), do senador Davi
Alcolumbre (DEM-AP), de ministros do STF (Superior Tribunal Federal), de
procuradores que atuaram na Lava Jato, entre outras.
Pouco depois da invasão, mensagens privadas foram divulgadas pelo site The Intercept Brasil, numa série de reportagens que ficou conhecida como “Vaza Jato”.
O caso foi investigação pela
Operação Spoofing. Quatro suspeitos foram presos.
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