(Foto: Geraldo Falcão/ Agência
Petrobras) |
Os Estados Unidos podem impor
nesta terça-feira (8) a proibição de importação de petróleo produzido na
Rússia. Expectativas sobre o anúncio da medida pelo presidente Joe Biden, ainda
nesta tarde, provocam um novo salto no preço do petróleo. Às 12h25, o barril do
Brent, tipo mais negociado e referência mundial para o valor da matéria-prima,
subia 6,55%, cotado a US$ 131,28 (R$ 663,77).
Nesta segunda, a commodity fechou
valendo US$ 123,10 (R$ 626,54). No domingo (6) à noite, havia encostado nos US$
140 (R$ 708), próximo do recorde de quase US$ 148 (R$ 748) de julho de 2008.
Ainda nesta segunda, o
vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, afirmou em um comunicado em vídeo
transmitido pela televisão estatal que os preços do petróleo podem subir para
mais de US$ 300 (R$ 1.517) por barril se os Estados Unidos e a União Europeia
proibirem as importações de petróleo da Rússia.
A tensão envolvendo os preços do
petróleo provoca oscilações nos mercados de ações. No Brasil, a o índice de
referência da Bolsa de Valores subia 0,05%, a 11.654 pontos. O Ibovespa ensaia
uma recuperação após ter tombado 2,52% na véspera.
Nos Estados Unidos, os índices
Dow Jones e Nasdaq cediam 0,48% e 0,91%. O índice de referência S&P 500
abandonava sinais de recuperação e passava a cair 0,04%. Na Europa, as Bolsas
de Londres, Paris e Frankfurt subiam 0,33%, 0,49% e 0,37%, respectivamente. Já
os principais mercados da Ásia fecharam em queda. Tóquio recuou 1,71%. Hong
Kong perdeu 1,39%. Xangai tombou 2,01%. No mercado de câmbio do Brasil, a
aversão ao risco levava a uma leve valorização do dólar, que subia 0,13%, a R$
5,0860.
A disparada do preço do petróleo
no mercado internacional provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia reavivou
preocupações de investidores sobre o debate político quanto à paridade
internacional de preços da Petrobras. Após o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter
criticado o sistema que equipara o valor dos combustíveis no Brasil à flutuação
da cotação da matéria-prima e do dólar, as ações preferenciais (que não dão
direito a voto, mas têm preferência no recebimento de dividendos) da companhia
perderam 7,10% nesta segunda. Os papéis ordinários (com direito a voto)
desabaram 7,65%. Com isso, a Petrobras perdeu R$ 34,7 bilhões em valor de
mercado.
Nesta terça-feira, os papéis
preferenciais da companhia, que são os mais negociados, subiam 2,96%,
recuperando parte das perdas da véspera. Nicolas Borsoi, economista-chefe da
Nova Futura, diz que há algum espaço para a recuperação dos ativos de risco,
sobretudo na Europa, devido à notícia de que a União Europeia pretende realizar
uma venda conjunta de títulos públicos para investimentos em energia e defesa.
Ele também avalia que a proibição
da importação de petróleo russo pelos Estados Unidos, provocando valorização
generalizadas das commodities, explica a abertura em alta do Ibovespa, mas um
“possível revés ao longo do dia, conforme saiam novas notícias no front
geopolítico”, não deve ser descartado.
(Folhapress)
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