Presidente disse que pedido de
prisão do ex-ministro da Educação é um sinal de que a Polícia Federal está
trabalhando |
O presidente Jair Bolsonaro (PL)
disse que a prisão preventiva do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, na
manhã desta quarta-feira (22/6), é um sinal de que não interfere na Polícia
Federal (PF).
“O caso do Milton, pelo que eu
estou sabendo, é aquela questão que ele estaria com uma conversa meio informal
demais com pessoas de confiança dele. E daí houve denúncia que ele teria
buscado prefeito, gente dele para negociar, para liberar recurso, isso e
aquilo. Bem, o que acontece: nós afastamos ele. Se tem prisão, é Polícia
Federal. É sinal que a Polícia Federal está agindo”, considerou o presidente em
entrevista à rádio Itatiaia.
E destacou que não interfere no
trabalho da Polícia Federal. “Ele responda pelos atos dele. Eu peço a Deus que
não tenha problema nenhum, mas se tem algum problema, a PF está agindo, está
investigando. É um sinal que eu não interfiro na PF”, disse Bolsonaro.
Bolsonaro disse ainda que a Controladoria-Geral da União (CGU) deve estar nessa investigação ajudando a elucidar o caso.
Os comentários do presidente diferem do que ele falou no dia 24 de março, durante uma de suas lives, dias antes de o ministro pedir demissão do cargo. Na ocasião, em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro disse que as acusações sobre o MEC ter favorecido indicações de pastores em agendas e direcionamento de recursos eram uma “covardia”.
“O Milton, coisa rara de eu falar
aqui, eu boto a minha cara no fogo pelo Milton. Minha cara toda no fogo pelo
Milton. Estão fazendo uma covardia com ele”, afirmou o presidente.
Entenda
A Polícia Federal prendeu
preventivamente o ex-ministro em operação que investiga esquema de corrupção
envolvendo pastores evangélicos durante a gestão dele à frente do MEC.
Ribeiro foi preso no início da
manhã em sua casa na cidade de Santos, no litoral paulista. A expectativa é que
ele seja transferido para Brasília ainda nesta quarta.
A prisão foi determinada pelo
juiz federal Renato Borelli. No mandado de prisão, o magistrado elenca ao menos
quatro crimes que teriam sido cometidos por Ribeiro: corrupção passiva,
prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
A PF também cumpriu mandados de
busca e apreensão em endereços dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos. Eles
são ligados ao presidente Bolsonaro e apontados como lobistas que atuavam no
MEC, quando a pasta era comandada por Ribeiro.
Os pastores negociavam com prefeitos a liberação de recursos federais – mesmo sem ter cargo no governo.
(Metrópoles)
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