Polícia prende CAC dono de arma
utilizada em tiroteio que deixou aluno morto e outros dois feridos em Sobral,
no interior do Ceará — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução |
A Polícia Civil concluiu que o
adolescente que invadiu escola e atirou na cabeça de um estudante de 15 anos
efetuou um único disparo e "não intencional". Segundo o laudo da
investigação, o aluno levou a arma para sala de aula para se proteger de
bullying, e o disparo ocorreu com a arma ainda dentro da mochila. A informação
foi divulgada nesta quinta-feira (27), durante coletiva à imprensa, em Fortaleza.
Três estudantes que estavam na
mesma fila foram atingidos; dois deles sofreram ferimentos leves e receberam
alta. O estudante Júlio César de Souza Alves, 15 anos, morreu em 8 de outubro,
três dias após o tiroteio.
Ainda de acordo com as
investigações, o jovem levou a arma para o colégio como forma de se proteger do
bullying que sofria. Entretanto, as vítimas atingidas não eram as pessoas que
praticavam tal ato contra o infrator.
A polícia investiga agora como o
estudante teve acesso à arma usada no disparo, que é registrada em nome de um
CAC (colecionador, atirador desportivo e caçador). O proprietário da arma está
preso.
O dono da arma negociou
diretamente com o estudante que fez os disparos, por meio do WhatsApp, segundo
a Polícia Civil. Antônio Felipe de Sousa, 33 anos, foi preso no último dia 19
de outubro e segue detido na delegacia de Sobral.
O dono da arma tinha o registro
de Colecionador, Atirador desportivo e Caçador (CAC) e tentou vender a arma,
inicialmente, para membros de um clube de tiros de Sobral; em seguida, ofertou
para o garoto de 15 anos detido por infração análoga ao crime de homicídio.
No depoimento, o CAC afirmou que a arma havia sido roubado quando ela deixara no interior do veículo estacionado. No entanto, segundo o delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Márcio Gutierrez, responsável pela investigação do caso, Antônio teve "diversas contradições" no depoimento.
Uma delas, conforme a Polícia
Civil, é que o proprietário ainda negociava a venda da arma após a data em que
ele cita o suposto roubo. O delegado acrescenta que o adolescente estava em
posse da arma "bem antes do dia" da data do crime.
"Com base nessas
contradições e na possibilidade de ele estar descartando provas e atrapalhando
as investigações, a Polícia Civil representou por esse mandado de busca e
apreensão e também de prisão temporária", afirmou Gutierrez.
A polícia recolheu material
eletrônico e o documento da arma, apreendida, para investigar como o item saiu
das mãos do proprietário e chegou ao adolescente que disparou os tiros.
O proprietário da arma ficará
preso por 30 dias, sem direito a fiança. "Se a autoridade policial
entender que é necessária uma extensão, ele vai representar ou pela conversão
desse mandado para prisão preventiva ou então pela extensão desse mandado por
mais 30 dias", destacou o delegado.
(g1ce)
Nenhum comentário:
Postar um comentário