Ceará Acontece: As profissões que ganham impulso com o mercado de hidrogênio verde no Ceará

segunda-feira, 20 de março de 2023

As profissões que ganham impulso com o mercado de hidrogênio verde no Ceará

 

Foto: reprodução

Estudo feito pelo Senai, em parceria com o projeto H2Brasil, mostra as profissões que deverão crescer a partir do desenvolvimento da cadeia de hidrogênio verde no País, sendo o Ceará um dos principais beneficiados. A engenharia, nas suas diversas especialidades, ganha destaque

 

Hub de Hidrogênio Verde do Ceará será instalado no Complexo do Pecém, estimulando a criação de novos empregos (Foto: Divulgação)

O desenvolvimento do mercado de hidrogênio verde (H2V) no Brasil vem criando expectativa não só de impulsionar a economia cearense por meio das exportações, mas de estimular a geração de emprego e mão de obra qualificada e especializada no País, movimentando de forma positiva o mercado de trabalho.

 

Para identificar novas profissões, o estudo “Mercado de Hidrogênio Verde e Power to X: demanda por capacitações profissionais” mapeou profissões para atuar na cadeia de H2V no País, com levantamento apresentado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em parceria com o projeto H2Brasil, que integra a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável.

 

O estudo observou que a engenharia, nas suas mais diversas especialidades, como mecânica, química, ambiental e de produção, é a profissão que segue na ponta das que estarão mais em evidência na cadeia de hidrogênio verde. A lista também contempla economistas com experiência em planejamento e gestão, especialistas em regulação e legislação, mecatrônica, segurança e direito, além de profissionais de nível técnico de perfis já consolidados, como eletrotécnica, mecânica, química, informática e outros, que recebam formação específica em H2V.

 

Para o consultor em energia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Jurandir Picanço, o crescimento do mercado de energias renováveis, como um todo, trará um acréscimo acentuado de novos postos de trabalho ao Estado.

 

“Realmente, é um novo momento em que terão que ser privilegiadas as atividades relacionadas à cadeia que se forma em razão do H2V. A principal, que já é uma atividade tradicional, será intensificada, que é geração de energias renováveis. Mas existe toda uma cadeia cuja estimativa é criar uma nova demanda de trabalho em torno de 1 milhão de novos postos até 2050, quando se pretende eliminar as emissões de gases de efeito estufa”, afirma.

 

Ele reforça que essa demanda deve contempla as diversas atividades. “A cadeia produtiva começa com energia renovável, mas tem setor tradicional de transmissão de energia elétrica, produção de H2V e, futuramente, nos derivados que serão utilizados. São atividades novas que requerem pessoas com competências adequadas”, diz.

 

No Ceará, o Hub de Hidrogênio Verde, que está sendo implantado no Complexo do Pecém, já conta 24 memorandos de entendimento assinados entre o Governo do Estado e empresas. O local, inclusive, foi palco para a produção da primeira molécula de H2V do Brasil, em janeiro deste ano. O processo ocorreu na sede da EDP no Complexo Termelétrico do Pecém (UTE Pecém), em São Gonçalo do Amarante. Com investimento de R$ 42 milhões, a planta é fruto de projeto da Pesquisa e Desenvolvimento da UTE Pecém. A estrutura possui usina solar e um módulo eletrolisador para produção de combustível de origem renovável.

 

Capacitação

 

De olho na movimentação econômica que o H2V pode ser capaz de promover e ciente da necessidade de mão-de-obra qualificada, o Ceará segue se preparando para a implantação de vez do hub. No segundo semestre deste ano, será lançada no Estado a primeira pós-graduação em Hidrogênio Verde e PtX da rede, que terá à frente o Senai. A capacitação também será realizada na Bahia, no Rio Grande do Norte e mais três laboratórios regionais localizados em Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O curso será voltado para a educação profissional e superior nesse novo setor.

 

“Teremos um primeiro movimento, de especialização de quem tem nível superior nas áreas que vão atuar com pesquisa, com o desenvolvimento da tecnologia e a regulação. O segundo movimento é para a instalação e operação das plantas, que vai requerer profissionais de nível técnico. Não teremos um curso técnico de hidrogênio verde, mas uma especialização, para que uma pessoa formada em eletrotécnica, por exemplo, seja especializada na temática”, explica o superintendente de educação profissional e superior do Senai, Felipe Morgado.

 

Os cursos que terão matrículas abertas são: instalador de sistemas de eletrólise de usinas de produção de hidrogênio verde; mantenedor de sistemas de eletrólise de usinas de produção de hidrogênio verde; operador de logística de transporte de gases; especialista técnico em operação de usinas de produção de hidrogênio verde e especialista em sistemas de hidrogênio verde.

 


Nenhum comentário: