Ceará Acontece: Sobe para 24 número de açudes sangrando no Ceará

segunda-feira, 20 de março de 2023

Sobe para 24 número de açudes sangrando no Ceará

 

(Foto: Divulgação/governo do estado do Ceará)

Subiu para 24 o número de açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh) que atingiram a capacidade máxima e se encontram vertendo (sangrando) nesta segunda-feira (20). As fortes chuvas registradas neste fim de semana em todo o Ceará geraram bons volumes principalmente em reservatórios das regiões Norte, Sul e Litoral. O Sertão Central, região que ainda inspira atenção, também recebeu bons aportes, fato que refletiu na sangria do açude São José I, em Boa Viagem, o primeiro da Bacia do Banabuiú a verter em 2023.

 

Os acumulados registrados na Bacia Hidrográfica do Litoral foram os mais expressivos dos últimos dias. Na região, já são cinco açudes monitorados sangrando: Mundaú, Gameleira, Quandú, São Pedro Timbaúba e Poço Verde. Em apenas uma semana, a reserva acumulada na bacia passou de 62% para 80%. O volume total no Estado é de 33,6%.

 

Conforme explica o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, para que aconteçam aportes significativos é necessário que as chuvas ocorram de forma contínua e no local adequado. O gestor ainda alerta para as condições dos grandes reservatórios, considerados estratégicos. “Dos quatro maiores reservatórios do Estado, apenas o Araras, na Bacia do Acaraú, encontra-se em situação bastante confortável, com 73,6% da sua capacidade. Em seguida temos o Orós, com 47,5%, o Castanhão com 20,6% e o Banabuiú, com apenas 10%”, detalha”.

 

O quadro de reservação hídrica ainda varia de região para região. Bacias como a do Coreaú (86,2%), Acaraú (70,2%) e Metropolitanas (66,1%) contrastam com as regiões hidrográficas do Banabuiú (11,8%) e Sertões de Crateús (13,4%). “Isso decorre de uma das principais características do nosso regime de chuvas, a irregularidade no tempo e no espaço. Ou seja, nossas chuvas não são homogêneas no território nem constantes”, ensina João Lúcio.

 

O gestor explica que a operação dos reservatórios ocorre levando em consideração os acumulados ao fim da quadra chuvosa. “Para isso, são feitas reuniões com os colegiados dos Comitês de Bacias e realizados simulações dos cenários de uso da água em cada região do Ceará. O intuito é garantir uma operação segura para todos e atender as demandas prioritárias estipuladas pela legislação.”

 

Monitoramento e Segurança

 

As 157 barragens monitoradas pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) passam por duas inspeções: uma antes e outra após a quadra chuvosa. Enquanto a primeira aponta medidas a serem tomadas pra evitar problemas na quadra, a segunda indica o que fazer pra corrigir eventuais estragos causados pela água das chuvas. Os açudes não monitorados são de responsabilidade dos empreendedores, seja propriedade particular, prefeitura ou de associação. Em caso de rompimento ou iminente rompimento de barragem, a Defesa Civil deve ser acionada.


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