O senador Cid Gomes (PSB)
anunciou o rompimento político com o governador Elmano de Freitas (PT), em um
movimento que aprofunda as tensões entre lideranças do estado. O principal
motivo seria a escolha de Fernando Santana (PT) para suceder Evandro Leitão
(PT) na presidência da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). A decisão,
conduzida pela base aliada do governo sem consulta a Cid e seus aliados, foi o
estopim para o afastamento. Fontes próximas ao senador confirmaram sua
insatisfação com a condução do processo e indicaram que ele deve seguir uma
agenda independente.
Embora o senador tenha afirmado
que o PSB ainda não havia definido posição formal sobre a sucessão na Alece,
ele já vinha externando incômodo com o domínio político do PT no estado.
Atualmente, o partido controla a Presidência da República, com Lula; o governo
estadual, com Elmano; e se prepara para assumir a Prefeitura de Fortaleza, em
2025, com Evandro Leitão. Para interlocutores, a centralização do poder e a
falta de diálogo têm causado desgaste entre os aliados, culminando na ruptura
oficializada neste sábado, 16.
Em entrevistas anteriores, Cid
havia adotado um tom conciliador, defendendo que as articulações para a
presidência da Alece deveriam ocorrer em “harmonia com o Executivo”. Contudo,
ao ser questionado sobre o nome de Fernando Santana, escolhido pela base
aliada, destacou que não foi consultado nem informado sobre as tratativas. Ele
também reforçou que sua posição individual estava alinhada ao PSB, partido que,
segundo ele, não havia discutido formalmente o tema.
Apesar do afastamento, Cid negou,
dias antes, que houvesse conflitos pessoais com o ministro da Educação, Camilo
Santana (PT), destacando que ambos mantêm uma relação de respeito e amizade. Na
ocasião, o senador afirmou que continuava integrado ao mesmo projeto político
em benefício do estado, mas a ruptura com o governo Elmano sinaliza uma mudança
de rumo em sua atuação. A expectativa agora é sobre como essa decisão impactará
as alianças para as eleições municipais de 2024.
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