(Foto reprodução /TV Globo) |
O Candidato à Presidência pelo
PDT, o ex-ministro Ciro Gomes afirmou nesta terça-feira (23/8), durante
sabatina no Jornal Nacional, da TV Globo, que o presidencialismo de coalizão
adotado no País é “certeza de crise eterna”. Na entrevista, Ciro ainda defendeu
a adoção de um “plebiscito programático” como forma de um novo modelo de
governança e a federalização da Segurança Pública para solucionar problemas que
nenhum Estado vai conseguir resolver sozinho.
O candidato a presidente Ciro Gomes na série de entrevista aos Jornal Nacional, abriu mão da reeleição para segundo ele, ter um melhor diálogo com o ]Congresso para negociar as reformas que realmente interessam ao País.
Ciro destacou, entre as
propostas, plano de garantia de renda mínima de R$ 1.000 em caráter permanente
às famílias de baixa renda. E frisou que os recursos para a medida viriam de
uma taxação de grandes fortunas.
O candidato também fez críticas
as gestões de Lula e Bolsonaro. Para ele, é preciso “denunciar” as ações do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do chefe do Executivo, Jair
Bolsonaro (PL). Nos 40 minutos de entrevista, Ciro criticou ambas as gestões
presidenciais. Segundo Ciro, a frustração com o atual chefe do Executivo fará o
País retornar ao “fracasso”. Ele voltou a usar a expressão “polarização
odienta” para se referir aos líderes das pesquisas, o ex-ministro tem 7% das
intenções de voto na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada na semana
passada. O candidato do PDT não conseguiu fechar alianças com outro partido
para disputar a eleição.
“Chegamos ao limite das emendas
do relator. Eu vi ontem (segunda-feira) o cidadão (Bolsonaro) aqui falando que
não tinha corrupção. A corrupção está se institucionalizando. A corrupção é
praticada por pessoas e o desastre econômico é responsabilidade de pessoas e de
grupos. Elas têm que ser responsabilizadas”, enfatizou Ciro.
Questionado se as medidas não
colocam em xeque a relação entre o Executivo e o Legislativo, o candidato Ciro
Gomes afirmou que sua proposta de “plebiscito programático” é diferente do
“populismo sul-americano”, que, segundo ele, é “replicado” pelo PT. “Eu acho o
regime da Venezuela abominável. É muito clara a minha distinção com esse
populismo sul-americano que o PT, infelizmente, replica aqui.” Na entrevista,
Ciro não deu exemplos sobre quais temas ele convocaria um plebiscito se fosse
eleito.
Em outro momento da sabatina,
Ciro voltou a ser questionado sobre a dificuldade de um presidente eleito
aprovar medidas no Legislativo e pôr em prática suas propostas sem apoio do
Congresso.
“O primeiro ano de FHC
transcorreu em branco. Qual foi a concepção estratégica do Lula? Ambos se
prostraram em um modelo econômico que produz desigualdade, informalidade,
desemprego e destruição dos serviços públicos”, afirmou o candidato.
Ciro também voltou a criticar a reeleição
e disse que abriria mão do dispositivo caso vencesse a eleição, essa é a quarta
vez que ele disputa a Presidência. “O que destruiu a governança brasileira é a
reeleição. O presidente se vende a grupos picaretas da política brasileira
porque tem medo de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e quer se reeleger.
Eu me garanto. Não sou corrupto. Não tenho medo de CPI. Abrindo mão da
reeleição eu vou fazer as reformas de que o Brasil precisa.”
“Quem você escolher, é com esses
que sou democraticamente obrigado a negociar. A minha diferença é que o
Bolsonaro, por exemplo, denunciou isso e fez o oposto. O PT fez o tempo inteiro
a denúncia da corrupção dos outros e depois negociou nas mesmas bases. O que eu
prometo? Negociar sem ‘toma lá, dá cá’”, disse.
Federalização
Em relação a propostas de
governo, o ex-ministro defendeu a criação de um sistema único de segurança.
Segundo ele, a federalização da segurança pública evitaria a conivência de
policiais militares com o crime. A questão foi citada por Ciro como um dos
problemas da área.
“O policial é um trabalhador. Se
ele não acertar algum pacto de sobrevivência naquela circunstância dominada
pelas facções, é improvável que consiga sobreviver. Esse combate precisa ser
feito pelo governo federal e com aparatos de inteligência. O orçamento
brasileiro em segurança é um terço de 1%. Quantas vezes eu ouvi de governos de
quem eu estive perto, do Lula, especialmente, ele disse que segurança era
problema dos Estados. Eu acredito que não podemos desertar disso”, disse. Para
ele, a federalização ajudaria no combate ao crime organizado, milícias,
narcotráfico, tráfico de armas, crimes do colarinho-branco e lavagem de
dinheiro.
Como proposta para o meio
ambiente, o candidato defendeu que, para a aplicação das leis na Amazônia, é
preciso oferecer alternativa para os moradores com monitoramento tecnológico e
com uma reconversão da lógica produtiva. “É preciso fazer com que a economia
rural aprenda que a floresta vale muito mais em pé do que derrubada. Se você
der uma alternativa, a repressão vale para o verdadeiro marginal.”
(Com informações Estadão)
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